quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Escrever e filosofar


Sempre admirei um livro bem escrito - especialmente os narrativos. Tanto que admirei, acabou surgindo a ideia de escrever livros. Tentara persistentemente por anos, ainda que não um após o outro. Até quando minha palavras se resumiam a ondinhas, desperdiçara vários sulfites com o propósito de criar algo espontâneo, diferente e que satisfizesse meus conhecidos. Insistia para que meus pais lessem e eles, fingindo entenderem o que viam, sorriam e comentavam sobre a maravilhosa qualidade de meus dizeres. Lógico que saía pela casa com um grande e luminoso sorriso, caminhando de modo muito serelepe.
Hoje, como consequência do avanço de minha idade - ainda que de somente nove anos -, sou mais crítica ao se tratar de escrita. Não faz tempo, aliás, que tentei novamente criar livros quase com os mesmos alvos de antigamente. Veio-me um fracasso... veio-me um outro... depois do que considerei muitos, desisti por um tempo. Recentemente deparei-me com este caso tão polêmico outra vez. Hoje, arrependo-me por um dia ter parado de descrever ideias.

Agora vejo o mundo como um conjunto de palavras que eu mesma reduzi. Limitadas, chulas, algumas aparentemente esquecidas.

Deprimente.

Busco ler, procurar e encontrar meu antigo linguajar, no entanto nada adianta. Não sei o porque disto. Antes que eu possa reclamar, porém, uma sensação diferente me invade. Por sua vez ela diz "Tinha que ser assim" e só reaparece quando tento arranjar razões para desabafos constantes e que antes eram a razão deste texto. Talvez, filosofo, seja por um bem-querer maior ou por neste processo de reaprender, eu poderei absorver melhores conteúdos. E o que é melhor: sem a exigência imódica e a pressão igualmente desproporcional que era auto-aplicada.

Ainda tenho um pouco disto, admito, principalmente com prazos impostos ou a espera de outros. Textos avulsos, feitos sem pensar direito são quase sempre os melhores dos diversificados produtos da minha mente jovem e ansiosa, imersa em expectativas. Novos incentivos, novos desejos, novas decisões, mas com os mesmo fins de uma menina de cabelo curto: agradar. À todos? Tolice. Bobagem que deveria ter admitido impossível há anos. Digo agradar no sentido de dar o melhor possível, analisar meticulosamente quando puder e perceber que meu trabalho foi, por ora, realizado de maneira satisfatoria.

O resto? Admiração, elogios, fama talvez? Ha! Consequências... Meras consequências... O que me interessa é escrever com vontade, amor e capricho, pouco a pouco.


Sunshine, ansiosa por natureza, pede paciência.